JOVENS POR UM MUNDO UNIDO

JOVENS POR UM MUNDO UNIDO
Movimento dos Focolares

Nós Jovens por um Mundo Unido nos empenhamos, onde vivemos, estudamos, trabalhamos, para responder às necessidades de pessoas e de grupos iniciando atividades e obras no campo social, da cultura, do esporte, da mídia. Procuramos atingir o objetivo de criar, por toda parte “fragmentos de fraternidade”, para chegar ao mundo unido, à paz!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Uma vida por Deus e pelos homens - Alegria e gratidão do Movimento dos Focolares pela beatificação de João Paulo II

Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, por ocasião da beatificação do papa João Paulo II


Já é iminente a beatificação do papa João Paulo II e, junto com toda a Igreja, nos sentimos invadidos por uma alegria imensa e por uma profunda gratidão. Alegria e gratidão pela dádiva que ela nos concede ao reconhecer a santidade deste grande papa, expressa na sua vida dedicada e consumida, até o último instante, por Deus e pelos homens.
Continua a surpreender a extraordinária riqueza do seu magistério, assim como a gratidão que o seu testemunho de amor suscita em qualquer latitude, tanto em pessoas cristãs como nos fiéis de outras religiões e em pessoas que não possuem uma fé religiosa.
Ele mesmo, por ocasião do 25° aniversário do seu pontificado, nos revelou a fonte de onde tudo jorrava: o segredo íntimo do relacionamento que – como sucessor de Pedro – o ligava a Jesus: «Há vinte e cinco anos experimentei de modo particular a misericórdia divina. (…) Cristo disse também a mim, como outrora dissera a Pedro (...): "Apascenta as Minhas ovelhas" (Jo 21, 16). Todos os dias se realiza, dentro do meu coração o mesmo diálogo entre Jesus e Pedro. No espírito, fixo o olhar benevolente de Cristo ressuscitado. Ele, apesar de estar consciente da minha fragilidade humana, encoraja-me a responder com confiança como Pedro: "Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo"» .
Hoje, este evento da Igreja nos faz penetrar na dimensão daquele “mais”, vivido por João Paulo II dia após dia, com heroísmo.
Junto com todos os outros Movimentos experimentamos o amor especial de João Paulo II ao reconhecer o papel deles na Igreja, como expressão da sua dimensão mariana. Já em 1987, falando à cúria romana, evidenciou a importância dessa dimensão: «A Igreja vive desse autêntico “perfil mariano”, dessa “dimensão mariana” (…) Maria, a Imaculada, precede todos e, obviamente, o próprio Pedro e os apóstolos (…). O vínculo entre os dois perfis da Igreja, aquele mariano e aquele petrino, é estreito, profundo e complementar, mesmo sendo o primeiro anterior tanto no projeto de Deus como no tempo; para não dizer que é mais alto e mais eminente, mais rico de indicações pessoais e comunitárias (…) ». 
Abrindo totalmente as portas para a novidade suscitada pelo Espírito Santo, no histórico encontro dos Movimentos eclesiais e novas comunidades na vigília de Pentecostes de 1998, na Praça de São Pedro, João Paulo II reconheceu que os dois perfis «são como que co-essenciais à constituição da Igreja e concorrem, (...) para a sua vida, a sua renovação e a santificação do Povo de Deus.» . 
Chiara Lubich estava ligada a este grande papa não só pelos importantes eventos públicos, mas também por uma amizade pessoal e profunda: as audiências privadas, muitas vezes concedidas durante a refeição do almoço, a presença dele em muitas manifestações públicas do Movimento, as cartas pessoais e os telefonemas por ocasião de certas festividades, como «marcos na história do nosso Movimento», impeliam Chiara a se exprimir assim em 2005, por ocasião da sua morte: «Eu posso testemunhar pessoalmente a sua santidade» . «Ele vivia de tal maneira o ‘nada de si’ que por vezes nos fazia sentir, saindo das suas audiências, uma intensa união direta e unicamente com Deus. O papa nos levava a Deus, como verdadeiro mediador, que se anula quando atingiu o objetivo» . «Eu fico admirada e com o espírito reconhecido diante de tanto amor e, ao mesmo tempo, grata a Deus por ter podido estar a seu lado e lhe dar uma ajuda, como filhos e “irmã”, tal como me chamou numa sua última carta» . 
«A história do Movimento dos Focolares – Chiara escreveu naquela ocasião – é, nestes últimos 27 anos, uma prova do “amor maior” que habitou no coração de João Paulo II. Este seu “amor maior” atraiu o nosso amor, de forma que o papa entrou no mais profundo do coração de cada membro do Movimento. Não é possível dizer, com palavras simplesmente humanas, quem ele foi para nós.» 
Como não recordar a visita do Papa, no dia 19 de agosto de 1984, ao Centro do Movimento em Rocca di Papa? Naquela ocasião ele reconheceu explicitamente, na experiência espiritual de Chiara, a presença de um carisma, e afirmou: «Na história da Igreja houve muitos radicalismos do amor. (…) Existe também o vosso radicalismo do amor, de Chiara, dos focolarinos. (…) O amor abre o caminho. Faço votos de que este caminho, graças a vocês, esteja cada vez mais aberto para a Igreja.» 
E como não recordar também algumas das suas expressões sobre nós? Durante o seu discurso no Familyfest de Roma, em 3 de maio de 1981, acrescentou, improvisando: «A espiritualidade de vocês é aberta, positiva, otimista, serena, conquistadora… Vocês conquistaram até o papa… Eu disse que desejo que vocês sejam a Igreja. Agora quero dizer que desejo que a Igreja seja vocês» . E em 1983, no dia 20 de março, durante a Jornada de Humanidade Nova: «Muitas vezes, quando estou triste, penso… “focolarinos”. E encontro uma consolação, uma grande consolação!» .
Durante as numerosas viagens, em cada ângulo do mundo onde se fez peregrino, ele aprendeu a reconhecer o nosso “povo focolarino”, como o chamava, recebendo – como disse um dia a Chiara – conforto e amparo. 
No decorrer do seu longo pontificado, muitas vezes ele nos fez sentir o seu amor especial, a profundidade do seu olhar paterno e quase a sua predileção. Recordamos com gratidão o caloroso afeto que demonstrou a Chiara e a muitos de nós em várias circunstâncias, mas também o seu papel determinante ao reconhecer o carisma especial que Deus doou à Igreja e à humanidade por meio dela.
Um aspecto da especial sintonia espiritual entre Chiara e João Paulo II pode ser reconhecido no sentir e viver a Igreja como comunhão, expressão do amor de Deus por todos os homens. Daí a proposta, expressa na carta apostólica Novo millennio ineunte, feita à Igreja do terceiro milênio: viver a espiritualidade de comunhão para levar novamente Jesus ressuscitado ao coração do mundo .
E assim, neste momento em que festejamos com imensa alegria a beatificação de João Paulo II, por ele e por Chiara a uma só voz nos sentimos mais uma vez fortemente interpelados a viver com plenitude a espiritualidade que Deus nos doou.



Maria Voce

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