Música, arte, engajamento político e social, iniciativas de
solidariedade com os pobres, já foram marcas dos jovens brasileiros e
do seu desejo de mudar a sociedade. Hoje, quando tudo parece dizer que
eles não possuem mais grandes ideais pelos quais lutar, cerca de 900
jovens de todos os Estados do Brasil deixaram as suas cidades para
viverem juntos uma experiência original: passarem alguns dias juntos
para aprofundar o ideal da fraternidade universal e definir estratégias
para alcançar esse objetivo. São jovens do Movimento dos Focolares que
se reuniram de 27 de dezembro a 5 de janeiro em Vargem Grande Paulista
(SP), na Mariápolis Ginetta.
A experiência de comunhão entre eles, que serviu
de preparação para o congresso, teve início em junho último, quando
decidiram que cada participante pagaria uma cota única.
Independentemente da sua proveniência, o valor que deveriam pagar seria
igual para todos.
Um grupo de jovens do Espírito Santo logo teve uma
ideia. Há 12 anos, aproximadamente, naquela cidade, eles produzem e
vendem alfajores, o "alfagen", a fim de angariar recursos para a
comunhão entre elas. Em vista do congresso, gravaram um breve vídeo
explicando aos outros jovens do Brasil como produzir os doces, passo a
passo, e postaram na internet para quem quisesse aprender. A ideia
pegou e jovens de outros Estados repetiram a experiência.
Salários foram compartilhados, horas-extras no
trabalho, envolvimento de familiares, bazares, venda de doces e de
artesanato. As redes sociais foram invadidas por relatos entusiasmados
das experiências vividas pelos jovens.
Mas, essa comunhão não
era nenhuma novidade para esses jovens. Desde o nascimento do Movimento
Gen (do qual fazem parte), em 1967, Chiara Lubich os convidou a
suscitar entre todos uma grande comunhão dos bens espirituais e
materiais. Inspirados pelos primeiros cristãos, dos quais está escrito
que "havia um só coração e uma só alma, e não havia necessitados entre
eles", esses jovens sempre souberam dar um testemunho criativo e
autêntico de que é possível transformar os bens em instrumentos de
fraternidade.
Aprofundamento
E por que tanto esforço
para participar de um congresso desse tipo? "Nós sabemos que para
realizar o nosso projeto de mundo unido não precisamos sair do lugar em
que vivemos. É lá, no dia a dia, que vamos ampliando os espaços de amor
entre as pessoas e entre os grupos. É lá que nos comprometemos e
vivemos pelos demais, sobretudo pelos mais necessitados. É lá que a
revolução da unidade pode acontecer concretamente", explica Renan Reis,
de Teresina (PI). "Mas" ? acrescenta ele ? "temos consciência de que
precisamos ser, antes de tudo, um único corpo entre nós, para podermos
levar essa realidade aos outros. Precisamos nos ajudar mutuamente a não
ceder às tentações de outros ideais que não levam a nada e que
transformam a nossa vida numa coisa sem sentido."
Além disso, conforme declara Verônica Farias, de
Manaus (AM), "o programa foi um espaço de aprofundamento dos valores
que norteiam nossas vidas: a escolha de Deus Amor como ideal, o amor ao
próximo, a unidade. Sentíamos a necessidade de solidificar os alicerces
de nossa vida, porque sabemos o quanto é necessário de ideias claras
para podermos transformar o mundo, que é tão carente de princípios".
"Há também o fato de que sentíamos a necessidade de partilhar as nossas
experiências de vida" ? complementa Marcos Betiati, de Porto Alegre
(RS). "Quando fazemos essa partilha, a experiência de um é um estímulo
para os demais e tudo passa a ser de todos. Sentimos que não estamos
sós e que o particular que cada um realiza é muito importante para o
todo."
Era um encontro de conteúdo exclusivamente
espiritual? "Claro que não" ? responde Gleice Rodrigues, de Brasília.
"Toda a reflexão sobre temas espirituais era imediatamente acompanhada
de uma reflexão e de uma troca de experiência relacionadas ao empenho
concreto na transformação do mundo." Segundo ela, "não é possível
separar o relacionamento com Deus do relacionamento com os irmãos, a
espiritualidade da vida concreta do dia a dia, que exige tomadas de
posição e decisões".
De forma simples e objetiva, Mariana Guimarães,
25, de Ribeirão Preto (SP), dá respaldo à opinião de Gleice. Durante o
encontro ela compartilhou com os outros jovens um questionamento que
trazia consigo e a compreensão obtida naqueles dias. "Apesar do meu
esforço de amar a todos indistintamente, era muito difícil acreditar
que todas as pessoas nasceram para o amor, sendo que existem pessoas
que só fazem o mal, como estupradores e pedófilos, por exemplo. Mas
experimentando esta vida junto com os outros jovens, eu entendi que a
dor da humanidade é a minha dor e que Jesus na Cruz, no seu momento de
maior sofrimento, foi e ainda é, para os desesperados, a esperança."
E foi com a decisão de levarem a esperança ao
mundo e, sobretudo, aos jovens, que os participantes do congresso se
despediram. A alegria e o entusiasmo de todos, misturados às lágrimas
de comoção, revelavam o que aquele encontro tinha jovens: vale a pena
viver por um grande ideal; vale a pena viver para levar representado
para todos eles: "uma experiência muito forte de unidade e de
esperança", como sintetizou Thiago Batista Alencar, de Acopiara (CE). E
ele conclui: "Agora voltamos para casa com a certeza de existir algo
maior para ser comunicado a todos os o amor ao mundo; vale à pena
acreditar que o mundo unido é possível. Não estamos sozinhos".
Por: Cibele Lana, Augusto Mendonça
http://www.cidadenova.org.br/RevistaCidadenova/ArtigoDetalhe.aspx?id=4410
Estive nesse Congresso e com certeza foi maravilhoso! Vai ficar marcado pra sempre em minha vida! =)
ResponderExcluirGod Bless you lead you with His Love & anointing.
ResponderExcluirTambém estive nesse Congresso e foi maravilhoso mesmo Talita!
ResponderExcluirContinuamos unidos!
Make visible change: protagonistas hoje de uma cultura de fraternidade e de paz, a procura de relações autênticas, construindo pontes.